CIRCUITO EUROPEU VALE CATARINENSE - 13 à 17/07/2017

Desafio Vale Europeu/Julho 2017.


Já algum tempo atrás, Eu (Tania), Wellington e Cláudio programávamos fazer o circuito do Vale Europeu, e assim nos organizamos para tal acontecimento.
Iniciamos nossa aventura na quinta feira dia 13/07 quando saímos de São José dos Pinhais Pr,  rumo a Timbó SC, onde se inicia o percurso, quando chegamos já era noite, acomodamos  nossas coisas no Hotel Irias o qual segundo o Wellington as camas não se adequavam ao seu pequeno tamanho, kkk (eu e o Cláudio não  temos reclamações) e saímos para conhecer o início do percurso retirando nossos passaportes, mapas e orientações sobre o percurso que fica no restaurante Thapyoka que ficava uns 200m do hotel.
No retorno ao hotel, caminhávamos tranquilamente.... quando o Sr Wellington transtornado solta a bomba que faz mudar nossos planos no início da manhã seguinte.
-"Esqueci minhas sapatilhas!!!"
Pois é... todo mundo tirando um sarrinho de mim, loucos esperando pra saber o que eu havia esquecido dessa vez...kkk, mas essa eu passei, kkkk
Depois de rirmos o bastante e tirar muito sarrinho dele voltamos ao hotel, Wellington dormiu esperando Papai Noel e com meia perna pra fora, kkk

Nosso 1° dia 14/07/2017

Expectativa...
Tomar café as sete e partir, realizando neste mesmo dia o 1° e 2° dia do programa do Vale Europeu, retornando ao hotel no final da tarde,  eu e Cláudio aguardaríamos no Hotel Indaial enquanto Wellington pedalaria mais 10km para buscar o carro em Timbó e traria para o hotel onde passaríamos à noite.
Pedalar 83km neste dia.

Realidade....
Tomamos café as sete, organizamos as bikes, me aproveitei do amigo que tinha bagageiro para levar minhas poucas coisas (ninguém mandou ele ficar se vangloriando que tinha bagageiro, hahaha) guardamos as coisas no carro que ficou estacionado no hotel e saímos.... aí.... o Wellington sentiu uma grande necessidade em achar uma loja de bike, para trocar o pedal, pois estava calçando tênis e não aguentaria pedalar com clip. Correto. Se não nosso pedal acabaria no primeiro dia já, depois de uns 8km de andanças minha e do Wellington porque o Cláudio mais que ligeiro ficou aguardando em um determinado ponto se recusando a pedalar mais do que estaria previsto. Problema do Wellington resolvido, iniciamos o circuito às 9:30 mais ou menos de Timbó a Pomerode, no meio do caminho encontramos uma nativa, rsrsrs, uma pequenina cobra coral de temperamento forte atravessando a estrada de chão, se não fosse o Wellington eu teria passado por cima dela, pousou para algumas fotos e demos continuidade ao pedal, Cláudio e eu aproveitamos para papear com as vacas, mais algumas fotos, até chegarmos ao final do  primeiro dia em Pomerode, já eram por volta das 14 h paramos para o almoçar e um brevíssimo descanso.
Retornamos ao pedal de Pomerode com destino à Indaial que no circuito normal seria o 2° dia, lindas paisagens, um dos roteiros mais bonitos em minha opinião, muitas casas de imigrantes alemães, sem muros altos, cercas elétricas ou qualquer item que utilizamos em nossas cidades para nos proteger, graças a Deus tudo correu bem apesar do imprevisto, nenhum pneu furado, acidente ou bike quebrada, nestes dois percursos havia lugares para comer, beber e banheiro a vontade, chegamos ao final do percurso programado por nós e pedalamos mais 10km para buscar o carro, porquê apesar de tudo somos parceiros.
O Hotel Indaial já era nosso conhecido, lá o Wellington não teve problemas com cama, rsrsrs, e a ducha vale a pena depois de todo o cansaço para relaxar
Resumo do dia... quase perfeito, se não fosse as pedaleiras do Wellington, kkk
Pedalamos mais ou menos 105km neste dia.






Nosso 2° dia de Vale Europeu
15/07/2017




EXPECTATIVA...
Tomar café as sete e sair, pedalando o 3°, 4° e 5° dia do circuito programado pelo Vale Europeu em um único dia, almoçar em Dr Pedrinho e dar continuidade até chegar a Pousada Duwe em Altos Cedros do simpaticíssimo Sr Raulino.
Distância a percorrer 98 km

REALIDADE...
Levantamos cedo, café as 6h, preparamos tudo para nosso dia mais difícil, por vários motivos, nível de dificuldade, distância, sem sinal de telefone ou Internet, sem lugares para comprar água ou comida  e ainda o peso das bagagens.
Iniciamos o trecho de Indaial à Rodeio, sem morros, bem plano, apenas 26,7km, muito paralelepípedo, porém difícil devido ao desconforto causado pelo selim, rsrsrs, no caminho paramos para tomar um café e comer algo (Sorte a nossa!!!) e pegar um carimbinho em nosso passaporte.
Chegando na cidade de Rodeio final do 3° dia, paramos em uma loja de bicicletas para pegar mais um carimbo graças ao Cláudio porque eu e o Wellington já estávamos a caminho do 4°dia,  compramos a camiseta do circuito menos o Cláudio, pois não havia seu tamanho, ganhamos uma lubrificação das correntes e compramos água para subir o maior desafio do dia, o morro do Ipiranga, muito conhecido por morro dos anjos,  seguimos em frente e pedalamos, pedalamos, pedalamos e nada de morro... achando muito estranho... continuamos, aí vimos a placa indicando limite de município Rodeio e Timbó, ficou um pouco mais estranho... pois além de não chegar nunca no morro saímos no final do circuito, o Cláudio transtornado olhou pra mim e balançou a cabeça e o Wellington no meio da ponte sem se dar conta do erro que cometemos. Pensei em rir na hora, mas o negócio ficou sério, tínhamos pedalado uns 20km a mais e teríamos que voltar para o início do 4° dia pedalando, começamos a voltar, porém não tínhamos tempo, então, saímos a procura de uma carona que levasse nossas bikes e nós, a primeira tentativa não deu certo, a segunda também foi rejeitada, continuamos insistindo até que encontramos o primeiro anjo do nosso percurso que nos levou até o início do 4° dia, Graças a Deus...
Já bem chateados pelo tempo e pelo esforço a mais feito de graça iniciamos os 8km de morro logo de cara, os 4 primeiros km subidas pedaláveis com  até razoável tranquilidade, lindo caminho cheio de anjos e capelinhas,  na metade do morro muito anjos, com um grande Cristo, lugar visualmente e espiritualmente encantador...
Fizemos uma parada para contemplar o lugar, reabastecer as forças e continuar os outros 4km de subida, a qual subestimei.... pois dali em diante era muito pesado. Não há comércio nos trechos de Rodeio até Alto Cedros, porém podíamos parar em qualquer casa para pedir água que sempre éramos muito bem recebidos, eu estava muito cansada, com dores nas costas, nos braços, nos quartos, nas pernas e passei parte do caminho pensando como eu diria para os meninos que eu ia desistir, ééé, eu estava arriando...então terminamos o percurso exaustos e psicologicamente afetados por nosso erro, neste dia o almoço já era, eram mais ou menos 16h e ainda tínhamos mais 30,4km pela frente, paramos em uma padaria para comer algo e eu disse:
-Eu vou ficar por aqui mesmo...não aguento mais, está me doendo tudo, vou pegar um táxi até a pousada e vocês continuam... ou pago mais uma diária de hotel pra vocês hoje, dormimos e continuamos amanhã ....
O Cláudio olhou para mim com cara de espanto quieto. Fui pra dentro da padaria fazer minha pesquisa...
Eu - Moça, tem como chamar um táxi pra mim?
Ela – Táxi? Não temos.
Eu – Uber? (kkk) nisso entra o Wellington e começa a rir da minha cara e sai correndo contar pro Cláudio.
Ela - nem Uber (mas ela sabia o que era, rsrsrs)
Fiquei espantada, ela me explicou que quando alguém que não tem transporte precisa, os vizinhos são solidários (e eu precisando dessa solidariedade, rsrsrs) aí me disse que táxi só na cidade mais próxima a uns 15km, voltei a mesa onde fui convencida a continuar sob a livre e espontânea  pressão, rsrsrs, pois o pedal acabaria pra todos naquele momento, então... decidi continuar, tomei 2 tandrilax, passei diclofenato nas pernas e pescoço e seja o que Deus quiser..
Neste momento percebi que havia perdido meu cartão do banco, e nesta hora...fazer o que?
Não foi nada fácil, pra nenhum de nós, estávamos exaustos, Cláudio expert em psicologia dividiu o último longo trecho em 6 partes de 5km, assim fomos diminuindo suavemente o percurso, pedalamos no escuro em local com iluminação apenas das estrelas (que aliás eram milhares e estavam lindas) e nossas pequenas lanternas em um desses momentos atravessou em nosso caminho mais uma figura ilustre...um Lobo Guará que rapidamente desapareceu na mata assustado.
E assim depois de pedaladas que pareciam intermináveis, avistamos nosso fim do 5°dia e junto com ele um fusca azul, da pousada do Seu Raulino com o filho e a esposa que preocupados nos aguardavam.
Grande foi nossa sorte o Cláudio ter encontrado essa pousada, daquele ponto pedalamos mais 3km que já fazia parte do 6° dia até o Rio onde seu Raulino nos aguardava com o barco que nos levaria até a pousada, colocamos os coletes embarcamos as bikes e subimos no barco, chegamos ao outro lado rapidamente, pois seu Raulino é experiente com os remos.
Nos aguardavam com uma janta deliciosamente simples, então, tomamos um banho enquanto isso seu Raulino guardou com carinho nossas bikes e partimos para a mesa repor nossas energias e partilhar nossas histórias dos dois dias que passamos com pessoas extremamente agradáveis.
Seu Raulino nos contou que começou a receber pessoas em sua casa e que mais tarde construiu sua singela e aconchegante pousada. Recebemos atendimento vip, Dona Isolda esposa de seu Raulino arrumou um quarto especialmente pra mim com cobertores na cor Rosa e Deus o livre alguém pegar o quarto da menina, kkk
Na pousada havia Internet, uauuu, kkk, para minha surpresa recebi um pedido de amizade da cidade de Rodeio, era um rapaz cujo pai ciclista pedalava pelo morro dos Anjos e encontrou meu cartão do Banco, mais um anjo em nosso caminho.
Enfim... chegou uma das horas mais esperadas do nosso dia... a cama, ahhh, que delícia, poder repousar o corpo e a cabeça após tanto esforço, mas tudo muito recompensador e só tivemos a agradecer mais um dia...
Neste dia pedalamos uma média de 120km

Amanhã teremos mais...

3° e último dia de Vale Europeu


Expectativa...
Tomar café as 8h e dar sequência aos 2 últimos dias do circuito, almoçar em Palmeiras, chegando no fim da tarde em Timbó.
Distância programada *** 76km


Realidade...
A noite foi ótima, ainda a mais com os cobertores especiais na cor Rosa, rsrsrs, mas a ansiedade era grande às 7h e 30m já estávamos tomando o nosso café, no cardápio: Pão caseiro, queijo, linguiça, ovo frito, doce de goiaba feito na  pousada, nata, banana, mexerica, cafezinho, leite e ainda suco de limão natural, tudo de bom, seu Raulino incluiu no pacote fazermos o lanche para viagem, com o que aguentássemos levar ou comer, rsrsr, Cláudio aproveitou encheu sua garrafa com o suco de Limão pelo qual se apaixonara, com grande razão.
Após o café, nossas bikes já estacionadas, Wellington prestou uma assistência as correntes, pois a poeira era abundante, bagageiro do amigo carregado no capricho, kkk, fizemos algumas fotos com seu Raulino e esposa e chegou a hora da despedida...
Então, rumo a represa, entramos no barco com nossos pertences e seguimos admirando a lindíssima paisagem ao nosso redor e rindo muito, seu Raulino muito educado com o Wellington se conteve com muita dificuldade, mal sabem, quantos bom dias e quantas vezes precisou repetir de onde era, para aquele vídeo que ele postou no face, hahaha (mas... tenho que admitir.... num é que o vídeo ficou bom...).
Chegamos ao outro lado e muito satisfeitos nos despedimos do seu Raulino seguindo em frente, iniciamos o nosso sexto dia de percurso, paisagens de tirar o fôlego, com grande extensão de represas, pois são utilizadas  para gerar energia, percurso com subidas não tão íngremes mas que exigiram muito de nós em nosso último dia, finalizamos o percurso em Palmeiras onde iniciaríamos o sétimo e ultimo dia, paramos para almoçar, reabastecer água, comida, um remedinho, uma pomadinha aqui outra ali, em fase final de percurso era muito importante, rsrsr., ao analisar o mapa com atenção, mais um baque, kkk, ao pensarmos que tínhamos 30km pela frente, verificamos que eram 53km, uuauuu, ficamos abalados, porém determinados... hora de usar aquele artifício psicológico minimizador de distâncias, hahaha, dividimos esse percurso em 11 partes e fomos embora, esse último além da distância grande havia uma extensa descida perigosa, a qual deixou nossos dedos quase travados de segurar o freio e uma íngreme subida de uns 3km de tirar o fôlego, passando isto caiu a noite e as dificuldades que não havia no percurso, tivemos com a falta de luz, pois como não tínhamos a mínima intensão em pedalar no escuro, por isso não carregamos as lanternas, eu fui a primeira a ficar sem luz, o Cláudio na sequência e o Wellington o único com luz própria, hahaha, nos aproveitamos dele muito, kkk, eu principalmente, acho que andamos uns 10 a 15 km sem luz, até chegarmos na via pela qual já havíamos passado quando erramos o percurso e pra completar o dia uns 10km desses era o que eu mais temia... paralelepípedo, maldade pura para nossos judiados  traseiros....
Enfim.... depois de tudo, chegamos.... e sabíamos que seria difícil, mas nem tanto, os contratempos foram inesperados, não contamos com eles, mas a recompensa foi a melhor, chegar ao final e poder dizer que conseguimos, juntos, com muita união e parceria que só amigos podem ser um para o outro.
Eu agradeço primeiramente a Deus, por sua proteção, que apesar dos contratempos, completamos o circuito com sucesso, sem acidentes ou grandes prejuízos a nossa integridade  física, ele nos permitiu chegar em segurança, agradeço ao Wellington por carregar minha escova de dentes em seu bagageiro, kkk, ao Cláudio pela organização do nosso evento e aos dois pelos cuidados e paciência, afinal eles andaram no meu ritmo e ainda, por não me deixarem desistir e resistir...
P.S. ao longo dos percursos pelos quais passávamos e com as pessoas com as quais conversávamos contando nossa façanha  imediatamente olhavam pra mim (com aquele olhar dizendo...com ela, hahaha)  diziam que não conseguiríamos, pois é....quase...
Vestimos a camisa do circuito com duas condições cumpridas,  a primeira era aguardar o Cláudio comprar a dele e a segunda era completar o circuito, com muito orgulho, exibimos nossos passaportes carimbados, certificado de conclusão e camisetas.
Aos nossos familiares também agradecemos, pois nos permitiram com amor de muitas formas que esse objetivo se concretizasse.
Há um mundo diferente no Vale Europeu, o qual  estamos desacostumados, a realidade que nos cerca em nosso ambiente não é o mesma, lá há muitas pessoas gentis, preocupadas com o próximo, educadas e estão sempre prontas a ajudar vestindo seu melhor sorriso...
Neste dia pedalamos uma média de 100km
E que venha o próximo desafio...

TANIA DATOVO





Quanto maior for sua coragem para enfrentar os desafios,
mais rápido você os vencerá.
Eles só aparecem quando você está pronto para vencê-lo.
Zibia Gasparetto